quarta-feira, 3 de março de 2010

Inveja... coisa feia...

Hoje, provavelmente por causa do jogo que a nossa grande Selecção vai realizar com a China daqui a pouco, lembrei-me dum comentário que fiz no jornal Record, numa altura em que se diziam cobras e lagartos da equipa nacional, do seleccionador e, em especial, do Cristiano Ronaldo. Esse comentário foi feito a uma crónica de José António Saraiva. Fui ao "baú" do meu Mac, reli-o, e aqui vai na íntegra pois, na sua essência, continua 100% actual.

Esta crónica, que até começa bem e de forma inteligente com a defesa da "Era Scolari", termina num tom que me entristece e que demonstra a pequenez de espírito que não nos tem permitido ir mais além no contexto global. Assiste-se neste momento a um ataque cerrado, que tem tanto de infame como de absurdo, a um símbolo nacional: Cristiano Ronaldo. Mas afinal quantas pessoas de outras áreas têm a categoria, o reconhecimento e a projecção internacional do CR? Quantos portugueses são tão bons na sua profissão como ele é no futebol? Não seria normal todos os portugueses ficarem felizes por ele SER o melhor do mundo? Eu até percebo que algumas pessoas se sintam tristes e deprimidas por saberem que NUNCA poderão alcançar tamanho patamar, mas isso não justifica que tentem denegrir de forma absurda a imagem dos que o conseguem fazer. Mas ainda há esperança. Sou Prof. Universitário há mais de 10 anos e a ambição, pensamento positivo e criatividade de muitos dos meus alunos faz-me acreditar num país mais positivo, criativo e que celebra o sucesso, o profissionalismo e a excelência.

PS. E não é que o CR foi mesmo considerado o Melhor do Mundo nesse ano? Se calhar, se a votação fosse feita pelos pseudo-intelectuais que pululam na nossa comunicação social o resultado teria sido outro... mas, felizmente para Portugal, quem vota percebe de futebol.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Jornalismo Rasca

Quem não seja um adepto fervoroso de futebol e veja a capa do jornal A Bola de hoje pensará qualquer coisa como: "Ena o Benfica vai jogar na Champions contra uma das melhores equipas do mundo... um tal de Hertha... hummm... e o FCP jogou ontem... e venceu... deixa ver... as letras estão tão pequenas... nos oitavos da Champions... contra o... ARSENAL!"

Embora esta seja uma prática usual desse jornal, já satirizada por um seu colunista, Zé Diogo, não consigo ficar indiferente. E a razão principal de não conseguir ignorar a situação nem é ver um jornal ser tão tendencioso. É verificar que uma boa parte da classe jornalística perdeu definitivamente a vergonha. E o mais grave é que o mesmo acontece em muitos órgãos de comunicação social muito mais relevantes e que influenciam directamente as nossas vidas.

Será que os jornalistas ainda não perceberam o poder que têm sobre a nossa sociedade, a capacidade que têm para a motivar a avançar e melhorar o que está mal, mas com espírito positivo. Infelizmente o que se vê é o contrário, um rolo compressor deprimente que apenas nos leva a não acreditar na nossa capacidade de reinventar o futuro. Ou será que perceberam, o que torna a situação muito, mas muito mais preocupante?

No final tudo se resume a duas coisa: vendas e proveitos. O que interessa é vender, independentemente da verdade ou das consequências. E se, com as notícias que se dão, ainda se obtiverem alguns proveitos adicionais... tanto melhor.

Termino dizendo-vos, aos que se sentirem atingidos: tenho pena de vocês...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Not cool at all

As duas intervenções de Paulo Rangel em dias consecutivos mostram bem o pântano em que se encontra a política nacional. Anteontem denegria o nosso país baseado num crime de quebra de segredo de justiça dum pasquim sem crédito e ontem anuncia a sua candidatura a líder do PSD por obrigação devido ao interesse nacional.

Mas como é que não há liberdade de expressão em Portugal?? Estão a brincar connosco?? Alguma vez viram um PM ser tão enxovalhado? Alguma vez viram um ataque tão feroz a um governo? Eu não me recordo... Se isto não é liberdade de expressão, então o que será? E afinal quem queria suspender a democracia por uns meses? Seria o Sócrates?

E quanto ao interesse nacional da candidatura de Rangel... No post anterior falei da necessidade de termos governantes que nos inspirem... ora o Paulo Rangel inspira alguém? A mim inspira-me.. preocupação e pena do PSD estar entregue a pessoas delirantes...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Madiba

Fomos ontem ver Invictus, mais um grande filme de Clint Eastwood e uma interpretação memorável de Morgan Freeman. Para além de ter gostado muito do filme, o que mais me impressionou foi ver mais uma prova da influência que uma única pessoa pode ter no destino duma nação... Madiba (Mandela) é, basicamente, um inspirador. Através de actos e palavras conseguiu levar um povo revoltado e miserável a acreditar que a vingança contra o antigo opressor não levaria a nada de positivo. Percebeu que, por vezes, é através de assuntos aparentemente insignificantes que se resolvem os grandes problemas (vejam o filme e perceberão ;) ). E, mesmo com todos os problemas que conhecemos, fez da África do Sul uma democracia.

E eis que comecei a pensar... como seria Portugal se tivesse um líder assim? Alguém alguma vez se sentiu inspirado por algum governante? Eu não... há alguns que sempre me dão algum alento, outros que, com os seus discursos miserabilistas, me dão vontade de imigrar, mas verdadeiros momentos inspiradores... não, nunca me foram proporcionados por nenhum.

Já quando ouvi o discurso de vitória de Obama, senti-me inspirado, com vontade de fazer mais e melhor. Só espero que ele seja bem sucedido, para o bem de todos nós...